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Muita, mas muita atenção mesmo, às movimentações que emergem agora, pois iniciadas em bastidores já há alguns meses, a propósito do calendário eleitoral deste ano. Ao brasileiro e à brasileira tem se imposto olhares cautelosos a um mar egeu de questões nascidas da pandemia, que só aqui já matou mais de 15 mil pessoas e que, para além deste inominável drama funesto, pode, sim, refletir em danos acessórios ao país e à nação.

Se por uma perspectiva vital estamos premidos a observar as cautelas sanitárias que mais que qualquer governo é a doença quem nos impõe, a peculiaridade dos tempos vividos ainda nos desafia exigindo fortidão física, psíquica e moral para salvaguardar ao máximo possível a economia nacional e, por consequência, as finanças em nosso lares. Ainda, resguardar o pouco do que já se dispunha antes da anormalidade instalada, em acréscimo de projeção de dificuldades resultantes a se apresentarem no futuro, tudo asseverado pela completa ausência de mínimo rascunho estratégico de como, quando, e por onde começar a dirimir o caos material e social só anunciado, até agora nunca realisticamente projetado.

Não acabou: cumpre, também de forma compulsória, pois nítida, enxergar a trágica ausência de norte político, dado o rasteiro proceder do governo federal que deseja apenas ter razão, não trazer solução. Logo nessa hora. Logo agora. 

O que se pode vislumbrar, claro como o sol nos meridianos, é o temor pelo colapso na saúde, na economia, na ordem social e, por pior, instituição da situação excepcional em sua conotação maléfica por tempo demasiado, sobretudo em comparação com outros países, até os mais subdesenvolvidos, que só enfrentam o vírus mundial, o que não é pouco. Então, somos brindados com a suscitação acerca de adiar as eleições para prefeitos e vereadores, no âmbito das instituições que, se não estão funcionando melhor, funcionam menos mal que o Poder Executivo.

O congresso Nacional e o Poder Judiciário por sua máxima instância, o primeiro mais que o segundo, é verdade, cogitam empurrar o pleito eleitoral para adiante, incorrendo em, quem sabe, talvez, dilatar mandatos, ou não, vai-se saber... Ora, pode até parecer coisa pouca, mera formalidade, afinal de contas, ao senso corrente, eleição tradicionalmente nada muda no Brasil que terá alteradas algumas letras em bancadas parlamentares e comandos de municípios por alcaides desta ou daquela matiz partidária, com seus escolhidos a alicerçar a governabilidade por cargos distribuídos.

Mas em um país que sucumbe tão incompetentemente a tudo o que outros inúmeros países enfrentam sem o mesmo teor de esculhambação não é dado o capricho de, também nessas horas, golpear a democracia e a estabilidade institucional, ainda que mínima e agonizante. Se em momentos ordinários, comuns, o capital estrangeiro (sim, muito bem-vindo!) é fundamental na senda do desenvolvimento, apuro, crescimento e, por consequência, saúde financeira do país, como assediar e seduzir investidores ciosos e demonstrar a que aqui vigora estabilidade republicana mínima a lhes assegurar ausência de riscos para seus patrimônios? Preferirá, ou preferirão, algum(ns) deste(s) nossos modos para a efetivação de negócio, de toda a ordem, em preterimento a outros territórios tão ávidos quanto o nosso, mas não tão temperamentais, ou frágeis em suas convicções sociais?   

O primeiro efeito de tamanha irresponsabilidade é assustar a quem vê tudo isso de fora, do estrangeiro, e que ao primeiro sinal de retomada da normalidade fugirá sempre do caos. E tal postura nos distancia da retomada do crescimento que sequer projetamos. Nem sabemos como se dará, pois nada nos é proposto ou apresentado. 
Duvido que alguém ainda não saiba, mas nunca é demais asseverar: estabilidade democrática é dinheiro no bolso do país.

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