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Por que o plus size ainda é polêmica na moda?

Letícia Sarturi


Nos últimos anos, o mercado plus size comprovou a presença rentável nos negócios. O segmento cresce 6% por ano e movimenta R$ 5 bilhões, conforme a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest).

O Brasil tem a sua própria Fashion Week Plus Size e acompanhou, embora de forma restrita, a presença de modelos gordos na passarela da semana de moda de São Paulo. Com uma trajetória com números positivos e de ações que quebram tabus, por que para os empreendedores ainda é difícil abranger a moda plus size?

É fato que o tamanho plus tem alta demanda, ainda mais em um país onde 53% da população está com excesso de peso, segundo o Ministério da Saúde. Há anos o movimento de empoderamento plus size, que ganhou força na atuação das influenciadoras digitais, rompe com estereótipos na moda, assim como luta pela democratização fashion. Entretanto, a realidade em grande parte das lojas ainda é diferente.

Hoje, vejo dois motivos principais para a resistência de marcas e varejistas para empreender no meio. O primeiro refere-se à falta de conhecimento sobre o nicho e de preparo. Algo que também envolve disposição para sair do "lugar comum" e investir seja na capacitação de colaboradores para receber os clientes ou na busca por fornecedores.

A seguinte, e que considero muito grave, é o preconceito em não querer a marca associada à gordura, que na sociedade contemporânea é ligada à aspectos negativos como ao fracasso, preguiça e falta de vontade. A recusa por vestir pessoas gordas acaba por reforçar o preconceito que marca a cultura de idolatria estética em que vivemos.

Tal problema já foi centro de debate público em diferentes situações. A mais recente ocorreu em 2018, quando a modelo plus size internacional, Fluvia Lacerda, criou o próprio vestido de gala para um famoso baile após negativas de marcas brasileiras para vesti-la.

A dificuldade de membros da indústria em contemplar os tamanhos maiores é um reflexo de uma sociedade que ainda não aprendeu a lidar com o corpo, em especial, o gordo. O caminho para a mudança está na (re) significação, tanto da moda quanto do corpo. E aí, vamos mudar? Todas e todos temos a ganhar!

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