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Plus size: a melhor lingerie é aquela que respeita suas curvas


Em 2011, a Vogue Itália estampou modelos que fugiam do padrão de beleza magro através em um ensaio de lingeries. A capa da edição italiana se tornou histórica e provocadora ao lançar um novo olhar para as mulheres cheias de curvas e gordurinhas na mundo fashion. Anos depois, a versão americana da revista trouxe um editorial de moda íntima com tops de diferentes corpos gordos e numa perspectiva mais realista e menos marcada por fetiches e imaginários. 

Foto: Playful Promises

Hoje, num tempo de repensar a relação sobre a mulher gorda e a beleza, a roupa íntima também se tornou um instrumento de mudança e empoderamento. Num período em que a moda íntima ainda está enraizada em idealizações estimuladas pela Victoria's Secret e suas Angels com corpos tidos como perfeitos, ela também é utilizada para questionar os ideais de beleza. Um reflexo da história da lingerie, que acompanhou a mudança desses padrões ao longo do tempo assim como a emancipação feminina e a sexualidade.

No início do século XX, nos despedimos dos espartilhos que aprisionavam os corpos, mas no XXI ainda não nos libertamos da pressão estética que oprime quem está acima do peso. As pin-ups, símbolos sexuais com corpos robustos e lingeries à mostra, ficaram idealizadas no passado. Na contramão, as mulheres de corpos fartos sucitam um novo levante que clama por uma representatividade que seja real.

 A relação entre mulheres gordas e a moda íntima pode se tornar um caminho de autodescobrimento que não está associado apenas ao erotismo, mas à autoestima e ao conforto. É uma forma de redescobrir a própria beleza através de algo que faz parte do nosso cotidiano, afinal a lingerie é a primeira roupa que vestimos. Ela está associada ao nosso corpo e nos auxilia a construir uma relação com ele, a valorizar o biotipo e evidenciar nossa personalidade.

Nesse caminho, o corpo revelado nas páginas da Vogue deram espaço para a diversidade física. Nos dias atuais, o corpo plus size não se restringe ao tamanho 46 ou 48. Ele conquista espaço além da etiqueta 50 e isso se reflete em ações publicitárias de roupas íntimas (embora mais espaço deva ser conquistado) e campanhas. Entre as iniciativas está a da marca de lingerie, Lane Bryant, que lançou a campanha #ImNoAngel (eu não sou Angel) com modelos com corpo volumoso. A iniciativa era uma provocação à Victoria's Secret e suas tops.

Adeus ao desconforto!

 A indústria de lingeries reflete o movimento que busca não só conforto para o dia a dia, mas explorar a sensualidade plus size seja por meio de peças mais básicas até as mais luxuosas. Além de lojas especializadas apenas em moda íntima plus size, é possível encontrar ateliês que produzem peças sob medida seguindo coleções próprias ou com criações personalizadas.

 Os detalhes que incomodavam são repensados não só para adornar o corpo, mas respeitá-lo. Entre as mudanças estão as alças, que nem sempre são tão finas ao ponto de machucar os ombros, os soutiens sem alças ganharam mais sustentação e ainda pode se escolher modelos conforme a circunferência das costas (chega de aperto!).

O caminho para a mudança está sendo traçado. Assim como a lingerie assumiu papel de destaque nas últimas tendências, nós temos que ser protagonistas da nossa vida. Para isso, é essencial promover uma construção pessoal caracterizada pelo reconhecimento da própria beleza e segurança em relação ao seu corpo e quem você é.



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