Como foi a primeira semana de atendimentos dos novos serviços do Hospital Regional e na Casa de Saúde em Santa Maria

Após 10 dias da passagem do governador do Estado, Ranolfo Vieira Jr. e, da secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, por Santa Maria, o Hospital Regional de Santa Maria e o Hospital Casa de Saúde já estão com os novos serviços em funcionamento.

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Na ocasião, foram anunciados o início dos atendimentos nas especialidades de Neurologia e Neurocirurgia no Hospital Regional e logo após, a reinauguração da Unidade Madre Madalena, no Hospital Casa de Saúde.

Hospital Regional

Desde o dia 27 de julho, o Hospital Regional presta atendimento nas especialidades de Neurologia e Neurocirurgia. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde, 32 consultas foram realizadas no final de julho. Até o dia 1º de agosto, 13 pacientes haviam sido atendidos. A pasta ressalta que são disponibilizadas 60 consultas por semana na especialidade de Neurologia. Até o momento, não há cirurgias agendadas.

Com o repasse de R$ 150 mil por mês oriundos dos cofres públicos, o contrato para os novos serviços, que são de média complexidade, prevê a oferta de 240 consultas e 40 cirurgias por mês. O quantitativo busca reduzir a lista de espera do Estado, na qual estão aguardando 6.098 pessoas. Deste quantitativo, 3.879 são em neurologia adulta, 1.784 neurologia pediátrica e 435 em neurocirurgia adulta.

A gestão das novas especialidades é feita pelo Centro Avançado de Neurologia e Neurocirurgia (Ceanne). Na ocasião do anúncio, a secretária Arita Bergmann e o atual presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Estado (Cosems), Guilherme Ribas, assinaram um pedido ao Ministério da Saúde para que o serviço seja ofertado em alta complexidade futuramente.

Ao Diário, na época, o diretor administrativo do Regional, Geison Farias enfatizou o compromisso de melhorar o atendimento à população com a nova especialidade:

– Não pretendemos zerar, mas melhorar a questão da fila de atendimentos na região dos 33 municípios dos quais fazemos parte e somos referência.

No hospital, esta é a segunda especialidade de média complexidade. Desde maio, a instituição atende pacientes na fila de espera do Estado para consultas e procedimentos em traumato-ortopedia. Conforme o Governo do Estado, os próximos serviços previstos serão na área de hemodinâmica e cardiologia Intervencionista.

Veja quais são os outros serviços ofertados pelo Hospital Regional de Santa Maria em quatro anos:

• Ambulatório de atenção especializada em doenças crônicas, ambulatório cardiologia e ambulatório cirúrgico.
• Bloco cirúrgico com capacidade para mais 55 cirurgias ao mês e seis salas cirúrgicas equipadas.
• 80 leitos, sendo 40 clínicos, 20 cirúrgicos e 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
• Especialidade de média complexidade em traumato-ortopedia com oferta de 280 consultas e 40 cirurgias por mês.

Casa de Saúde

Apesar de ter sido reinaugurada no último dia 26, a Unidade Madre Madalena, do Hospital Casa de Saúde, deu início aos atendimentos psiquiátricos na segunda-feira (1º), com 25 leitos (15 masculinos e 10 femininos) gratuitos para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Santa Maria e região. 

Atendimento

Segundo o psicologo da Unidade, Thadeu Lucca, pacientes já estão sendo encaminhados pela 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) a partir do Sistema de Gerenciamento de Internações Hospitalares (Gerint) e pela Atenção Especializada do município. Ao todo, são 14 pacientes, sendo 12 homens e duas mulheres, dos municípios de Agudo e Santa Maria estão internados no local.

–Os pacientes chegam estáveis. Não chegam em crise, porque vêm referenciados de serviços dos municípios, do Pronto-Atendimento do Patronato ou das unidades de Centros de Atenção Psicossocial. Eles chegam na unidade por motivos de dependência química, uso de álcool, cocaína, crack e outras drogas. Também há os casos de transtornos mentais e comportamentais, que pode ser esquizofrenia, bipolaridade, transtornos de personalidade – comenta Lucca, que enfatiza que os encaminhamentos de outros municípios da Região Central já estão sendo analisados.

A partir de uma equipe interprofissional, a unidade oferece assistência e atividades que auxiliam no restabelecimento do paciente como arteterapia, oficinas de culinária, oficinas de música, alfabetização e encontros familiares em grupo. Lucca reforça que, apesar de necessária, a internação deve ser a última opção, uma vez que busca lidar com níveis crônicos da doença. Segundo Lucca, a Unidade Madre Madalena trabalha pela a melhora no quadro do paciente a longo prazo, não a permanência no local.

– A ideia é a de que a internação não seja de longa permanência. E sim, que busque estabilizar este paciente para que ele tenha condições mínimas de retornar à sociedade e poder desenvolver atividades. Os serviços especializados como o Caps ou as unidades da Atenção Básica devem seguir monitorando e acompanhando este paciente.

Obras

O espaço passou por reforma e ampliação durante mais de dois anos, após as alas masculinas e femininas serem interditadas pela Vigilância em Saúde do Estado em 2018 e 2019, respectivamente. Orçada inicialmente em R$ 1 milhão, a obra foi anunciada no final de 2019 e contou com recursos do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador Região Centro em Santa Maria (Cerest).

Em 19 de fevereiro de 2020, a ordem de serviço foi assinada com a Construtora Pasqualotto Ltda, com previsão inicial de finalização em até 10 meses após o ato. Entretanto, o prazo sofreu alterações, especialmente por conta da pandemia. As mudanças também refletiram no valor inicial, que atualizado passou para R$ 1,2 milhão. A obra foi entregue na primeira quinzena de julho deste ano.

Sobre a Unidade Madre Madalena

• São 25 leitos, sendo 15 masculinos e 10 femininos.
• A estrutura é composta por seis quartos na ala masculina e quatro quartos na ala feminina com dois ou três leitos, sala de estudos, salas de acolhimento individual, ampla sala de atividades múltiplas, posto de enfermagem, sala de observação, lavanderia, cozinha, sanitários e espaço de lazer.
• Atendimento é feito via encaminhamentos pelo Gerint
• 33 municípios sob a gestão da 4ª CRS são contemplados pelo serviço, que é 100% SUS

Arianne Lima – [email protected]

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