Foto: Divulgação (Diário)
Prefeitura de Paraíso do Sul decretou emergência por causa de enchente que atingiu o município em 2010 e destruiu estradas e pelo menos 24 pontes
O ex-prefeito de Paraíso do Sul Paulo Roberto Machado e a ex-secretária de Obras e Trânsito do município Shirlei Schwengber foram condenados a devolver R$ 96,3 mil aos cofres públicos por irregularidades na reconstrução de pontes e estradas com verbas federais. A sentença, de dezembro passado, é da juíza da 1ª Vara Federal de Cahcoeira do Sul, Gianni Cassol Konzen, que também condenou os dois a multas de R$ 10 mil e à suspensão dos direitos políticos por cinco anos. Machado deverá recorrer, assim como Shirlei.
Câmara de São Gabriel faz cortes e devolve R$ 1 milhão à prefeitura
ENXURRADA DE PROBLEMAS
As acusações e as penas
Reconhecida a situação de emergência em Itacurubi
A condenação, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), é por improbidade administrativa. O ex-prefeito, a ex-secretária e outro secretário à época foram denunciados por "malversação" de recursos públicos. A denúncia tem como base convênio de 2010 com o Ministério da Integração Nacional para recuperar pontes e estradas após uma enchente que atingiu o município.
A prefeitura recebeu R$ 800 mil e, segundo o MPF, "os denunciados praticaram diversas irregularidades". Não teriam sido cumpridas regras de licitação e de contratos.
A juíza concluiu que ficou comprovado que foram recuperados 79 km dos 109 km de estradas previstos no plano de trabalho, gerando prejuízo de R$ 96,3 mil. O ex-prefeito alega que uma enchente que atingiu o município em janeiro de 2010 destruiu 24 pontes, causando prejuízo de R$ 1,6 milhão. Ele decretou emergência e encaminhou a documentação para receber verba federal.
- Um ano depois, nos deram só R$ 800 mil para fazer as obras. Houve erro de medição de estradas, não tínhamos como ir pela falta de acesso - afirma.
Quase um ano e meio depois, prefeitura da Região Central recebe recursos de situação de emergência
O QUE DIZEM OS RÉUS
"A chuvarada levou 24 pontes, causando um prejuízo de R$ 1,6 milhão. Decretei emergência e o Ministério da Integração deu R$ 800 mil para fazer as obras. O dinheiro veio um ano depois, e a vistoria ocorreu dois anos depois. Nós fizemos todas as obras, houve um erro de medição de estradas, não tínhamos como medir cada quilometragem. Com o município quebrado, não tem como pegar um centavo. Ninguém pegou dinheiro."
Paulo Roberto Machado, ex-prefeito de Paraíso do Sul
A ex-secretária Schirlei não foi localizada e sua advogada, Tadiesca Arruda Herbstrith, preferiu não se manifestar sobre a condenação. "Não posso comentar, não quero comentar nada", disse Tadiesca.
Machado também defende a ex-secretária, afirmando que Shirlei Schwengber "só acompanhou as obras". Segundo ele, técnicos do ministério apareceram no município dois anos depois para vistoria, quando foram apontadas as irregularidades.
O ex-prefeito não tem advogado no momento. A advogada Tadiesca Arruda Herbstrith, que defende a ex-secretária, preferiu não se manifestar. O ex-secretário de Administração João Antonio Lousado de Morais foi absolvido. O advogado de Morais, Ari Anunciação, afirma que não há provas para condená-lo.
para assinar
(55) 3220-1717
diariosm.com.br/assinaturas
central do assinante
(55) 3220-1818
(55) 99139-5223
(WhatsApp, apenas mensagem de texto)
para anunciar
(55) 3219-4243
(55) 3219-4249